CONFIAR NA SUA EXPERIÊNCIA
“Depois que descobrimos para nós mesmos
alguma coisa de valor, ela ficará sempre conosco”.
Podemos
perguntar, então, por que precisamos de uma purificação física e
mental preliminar e por que precisamos aprender técnicas
específicas. Tais práticas são necessárias em vista da grande
dificuldade de penetrar diretamente o “caminho secreto” da
meditação. Entretanto, depois de termos compreendido a meditação,
depois de encontrar a chave, podemos permanecer intuitivamente nesse
estado de percepção, seja o que for que estivermos fazendo.
Depois
que descobrimos para nós mesmos alguma coisa de valor, ela ficará
sempre conosco; não obteremos essa certeza de mais ninguém. Por
isso, devemos desenvolver a confiança e animar-nos, compreendendo
que as nossas vidas são muito preciosas e que a nossa experiência
comum é o verdadeiro caminho do conhecimento. Quando soubermos que o
que estamos fazendo é “certo” e que estamos atingindo a nossa
meta, deixamos de depender dos outros e começamos realmente a
apreciar as nossas vidas.
À
proporção que praticamos a meditação e pomos à prova a nossa
experiência, aprendemos o significado da expressão: “A verdade é
como ouro: quanto mais se queima e bate, tanto mais refinada se torna
a sua qualidade”. Depois que tivermos passado por um verdadeiro
processo de autodescobrimento, ninguém poderá roubar-nos a nossa
autoconfiança; a inspiração vem de dentro, e nós sabemos sem
precisar que nos digam. De algum modo, este é o único ensinamento
que tem sentido, e está sempre ali para que possamos consultá-lo,
porque a verdade é transmitida através do autoconhecimento. Assim,
podemos lembrar-nos de permanecer confiantes – confiantes na nossa
meditação e confiantes na nossa experiência.
Tulku, Tarthang. Gestos de Equilíbrio: Guia para a percepção, a autocura e a meditação. São Paulo: Pensamento, 1977.
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