CINCO MOTIVOS [QUE UMA PESSOA COSTUMA DAR] PARA NÃO PRATICAR YOGA
Por Christian Rocha
Por Christian Rocha
Perdi
a conta das vezes que ouvi frases como:
«Eu
precisava tanto praticar yoga…»
«Puxa,
yoga ia me fazer tão bem…»
«Meu
médico disse que eu devia fazer yoga…»
Reparem
nos tempos verbais. O pretérito imperfeito torna claras duas coisas.
Primeiro, pessoas que dizem isso sabe que o yoga realmente faz bem —
e é verdade. Segundo, elas já desistiram antes de começar.
Questionadas
sobre isso, oferecem justificativas diversas:
1-
«Não tenho dinheiro»
De
fato, este obstáculo é importante, mas existem diversas formas de
incluir uma atividade como o yoga no orçamento pessoal. É uma
questão de prioridade.
Eu,
por exemplo, quando notei que o yoga era uma questão de necessidade
e de saúde, coloquei esta atividade no topo de minha lista. «Ah,
mas você é professor, tem que priorizar mesmo»: sim, mas eu vi que
era uma questão de necessidade muito antes de pensar em me tornar
professor. E, de fato, os benefícios que tenho obtido são tão
indiscutíveis e numerosos que sempre considerei o valor gasto com o
yoga irrisório.
Quanto
vale a sua saúde? Quanto você estaria disposto a pagar para ter o
peso ideal, uma postura melhor, um sono tranqüilo e um corpo forte e
flexível?
Não
é necessário tentar estabelecer um valor para coisas que não têm
preço, apenas compare o valor de uma mensalidade com o que uma
pessoa comum pode gastar com médicos, planos de saúde, remédios
para emagrecer, controlar a saúde e dormir, dietas, livros e
revistas relacionadas a esse assunto, terapias tradicionais ou
alternativas. É claro que a maioria destas coisas é boa e tem
valor, mas apenas compare.
2-
«Não tenho tempo»
Esta
justificativa é muito semelhante à anterior. A diferença é que
lidamos aqui com algo mais abstrato. Entretanto, o tempo ainda é
algo palpável o suficiente para ser organizado. Novamente, é uma
questão de prioridade.
Praticar
yoga pode parecer tempo perdido agora. À medida que o tempo passa,
você perceberá que a saúde melhorou e isso certamente significará,
como se costuma dizer, «mais anos em sua vida e mais vida nos seus
anos».
Ademais,
duas ou três horas de aulas de yoga equivalem a menos de 2% do total
de horas de uma semana. Não é possível que você esteja tão louca
e absurdamente atarefado que não consiga reservar duas ou três
horas semanais para dedicar-se a fazer bem para si mesmo, para
escutar sua própria respiração e sua própria voz interior.
3-
«Não sou flexível/forte o suficiente»
Yoga
não tem nada a ver com flexibilidade e força física. Nas últimas
décadas muitos mestres e métodos cometeram o erro de permitir ou
mesmo estimular a associação do yoga com esses dois atributos
(sobretudo com o primeiro). Então, você vê imagens como esta…
Você
pode não ser flexível ou forte o suficiente para a postura da foto,
mas o yoga não se limita a posturas e sempre haverá algo que você
poderá fazer para progredir em seu próprio ritmo enquanto praticar
yoga.
4-
«Não tenho disciplina»
Das
justificativas mencionadas até agora, esta é a mais séria e
importante. Dizer «não tenho disciplina» equivale a dizer «quero
praticar, mas não quero o suficiente».
Patañjali
define em seus Yoga
Sutras dois atributos fundamentais para quem quer se dedicar ao
yoga: disciplina e desapego. Nesse texto clássico, a disciplina é
entendida como o esforço constante, a firme decisão de seguir
trilhando o Caminho escolhido. Sem isso, simplesmente não há
prática e tudo será motivo para desvios, adiamentos, atrasos.
O
que realmente a determina é a decisão pessoal e interior de
dedicar-se ao yoga. Você é responsável por tudo aquilo que
acontece a você: compreender esta verdade simples já é um grande
passo para criar a disciplina necessária para dedicar-se ao yoga.
5-
«Não gosto de yoga»
Aqui,
as frases podem variar um pouco. Em vez da frase acima, algumas
pessoas podem dizer «é muito parado para o meu gosto» ou «parece
ginástica com música indiana e incenso», frases que geralmente são
ditas com o nariz torcido e uma expressão facial pouco agradável.
Em
resposta a isso, eu perguntaria se a pessoa realmente já fez uma aula
de yoga ou, se já fez, se teve a ideia de experimentar uma aula numa
outra escola, com outro professor. A maioria das escolas oferece
aulas experimentais e a maioria dos bons professores se disporá a
esclarecer as dúvidas relacionadas às frases citadas no parágrafo
anterior. Digo isso porque nem toda aula é «parada demais» (embora
alguns dos objetivos do yoga incluam estabilizar o corpo e acalmar a
mente), nem toda aula é «ginástica com música indiana»
(aulas desse tipo não chega a ser yoga) e nem toda
aula inclui incenso.
Busque
sempre aquilo que é melhor para você. Se você já experimentou o
yoga, já sabe do que se trata e não gostou dele, realmente não há
problemas.
http://yogailhabela.wordpress.com/2010/11/06/cinco-motivos-para-nao-praticar-yoga/
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