ACEITE A SI MESMO
Por Osho

 






















No momento em que você se aceita, você se torna aberto, torna-se vulnerável, receptivo. No momento em que você se aceita, não há necessidade de futuro nenhum, porque não há necessidade de melhorar coisa alguma. Então, tudo é bom, tudo é bom como é. No próprio exercício de viver, a vida começa a adquirir um novo colorido, surge uma nova harmonia.

Se você aceita a si mesmo, esse é o começo da aceitação de tudo. Se rejeita a si mesmo, você está basicamente rejeitando o universo; se rejeita a si mesmo, você está rejeitando a vida. Se aceita a si mesmo, você aceitou a vida; então, não há mais nada a fazer além de sentir prazer, celebrar. Não há do que se queixar, não há ressentimentos; você se sente grato. Então, a vida é boa e a morte é boa; então, a alegria é boa e a tristeza é boa; então, estar com a pessoa amada é bom e estar sozinho é bom. Então, tudo o que acontece é bom, porque acontece a partir do todo.

Mas você foi condicionado, ao longo de séculos, a não aceitar a si mesmo. Todas as culturas do mundo foram envenenadas pela mente humana, porque todas elas dependem de uma coisa: melhorar a si mesmo. Todas despertaram ansiedade em você ansiedade é o estado de tensão entre o que você é e o que deveria ser. 
 
O meu ensinamento é simples: não adie a vida. Não espere pelo amanhã, pois ele nunca vem. Viva o dia de hoje!

Aceite-se, essa é a oração. Aceite-se, essa é a gratidão.

Deixe que essa seja a sua cor - a aceitação. Deixe que essa seja a sua característica - a aceitação, a completa aceitação. E então você ficará surpreso: a vida está sempre pronta a derramar as suas bênçãos sobre você.

A vida não é sovina; a vida sempre dá em abundância, mas não podemos receber essa abundância porque não sentimos que merecemos recebê-la.

Se você não é como deveria ser, terá de se punir, terá de criar sofrimentos para si mesmo. É por isso que as pessoas se sentem bem quando são sofredoras.
 
Deixe-me dizer uma coisa: as pessoas ficam contentes quando são sofredoras; elas se tornam muito, mas muito inquietas quando estão felizes. Isso foi o que observei em milhares e milhares de pessoas: quando elas são infelizes, tudo está como deveria ser. Elas aceitam a situação essa situação de infelicidade se enquadra no condicionamento, na mente delas. Elas sabem o quanto são horríveis, elas sabem que são pecadoras.
 
Toda criança nasce na inocência. Nós fazemos com que se sinta culpada começamos a dizer: "Assim não pode ser. Você deve ser deste modo." E a criança é natural e inocente. Nós a castigamos por ser natural e inocente e a recompensamos por ser artificial e esperta. Nós a recompensamos por ser falsa, todas as nossas recompensas são para as pessoas falsas. Se alguém é inocente, não lhe damos nenhuma recompensa; não temos nenhuma consideração para com essa pessoa, não temos nenhum respeito por ela. O inocente é condenado, o inocente é considerado quase como um sinônimo de criminoso. O inocente é considerado tolo, o esperto é considerado inteligente. 

O falso é aceito, o falso se encaixa na sociedade falsa.
 
Essa é a ideia secreta de todo mundo: "Eu não tenho nada." O que você não tem? Ninguém lhe disse que você tem todas as belezas de todas as flores porque o homem é a mais bela flor desta terra, o ser mais evoluído. Nenhum pássaro pode cantar a canção que você é capaz de cantar o canto dos pássaros não passa de ruídos, embora ainda assim seja lindo porque vem da inocência. Você pode cantar canções muito melhores, de maior importância, com muito mais significados. Mas você pergunta: "O que eu tenho?"
 
Na verdade, quando alguém o ama, você fica um tanto surpreso. "Quem... eu? Uma pessoa me ama?" A ideia surge na sua mente: "É porque ela não me conhece. É isso. Se vier a me conhecer, se me observar melhor, ela nunca me amará." E assim os amantes começam a se esconder uns dos outros. Eles guardam muitos segredos, não abrem os seus segredos porque têm medo de que, no momento em que abrirem o coração, o amor irá desaparecer porque não conseguem se amar, como podem imaginar que alguém os ama?

Aceite a si mesmo, ame a si mesmo. Ninguém mais nunca foi como você e ninguém mais jamais será como você. Você é simplesmente único, incomparável. Aceite isso, ame isso, celebre isso na própria celebração. Você vai começar a ver a singularidade dos outros, a incomparável beleza dos outros.

Osho. Intimidade: como confiar em si mesmo e nos outros. Ed. Cultrix

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