FRASES DE NATAL
Jorge Forbes (psicanalista)
E então é Natal. É música repetida, muitas em inglês, de Bing Crosby a John Lennon. É a permissão de ser criança, de se deslumbrar, de se encontrar, na certeza que de novo só no próximo Natal. É tanta coisa esse Natal! É um sentimento indefinido de trégua em redor a uma só estrela. É momento de disfarce do rico que se faz de pobre, do pobre que se faz de rico.
E então é Natal. É pompa e circunstância, mais circunstância que pompa. É convívio de alegria e dor. É retorno que sempre escapa, é berço de sonho.
E então, porque é Natal, feliz, um feliz Natal.
Jorge Forbes (psicanalista)
E então é Natal. A árvore enfeitada, a rua apressada,
o trânsito congestionado, as luzes. As listas de compras, dos
grandes e dos pequenos, a Vinte e Cinco de Março, o endereço
tropical do Papai Noel. A disputa dos jantares e a disputa por um
jantar. A pergunta que se repete: - “Você vai passar aonde?; não
quer vir na minha casa? Venha depois, traga quem você quiser”. O
desespero dos perus e dos pessegueiros. Os pais lembrando aos filhos
que o importante é o espírito de concórdia do renascimento do amor
no presente; os filhos mais interessados na matéria do presente. O
prato quentinho para o vigia da rua. A gratificação surpresa para o
bom funcionário.
E então é Natal. O abraço doído no ex-amigo, a lembrança querida de tantos outros, em outros natais. A surpresa de alguém novo à mesa. A aula de como funciona o brinquedo, o computador, como antes se dava aula de como andar na bicicleta, ou na perna de pau. Nostalgia é o fermento de todo Natal, como o futuro o é do Réveillon.
E então é Natal. A família reunida, em encontro de recadastramento: “- Você mudou de emprego?” “- Ainda mora naquele bairro?” “- Nossa, quatro filhos, e um padre!” “- Não, o bolo de Natal de minha mãe não era exatamente assim, mas o seu está muito bom, não importa”. “- Mudou de colégio? Por quê? Ele parecia tão bem lá... É, mas é duro mesmo, eu te compreendo”. “- Casou de novo? Ai”.
E então é Natal. O abraço doído no ex-amigo, a lembrança querida de tantos outros, em outros natais. A surpresa de alguém novo à mesa. A aula de como funciona o brinquedo, o computador, como antes se dava aula de como andar na bicicleta, ou na perna de pau. Nostalgia é o fermento de todo Natal, como o futuro o é do Réveillon.
E então é Natal. A família reunida, em encontro de recadastramento: “- Você mudou de emprego?” “- Ainda mora naquele bairro?” “- Nossa, quatro filhos, e um padre!” “- Não, o bolo de Natal de minha mãe não era exatamente assim, mas o seu está muito bom, não importa”. “- Mudou de colégio? Por quê? Ele parecia tão bem lá... É, mas é duro mesmo, eu te compreendo”. “- Casou de novo? Ai”.
E então é Natal. Em cada embrulho uma esperança de que a pessoa mais
próxima descubra o número de sua camisa, de seu vestido, de seu sapato,
enfim, do seu corpo. E nem sempre ela descobre. Tem aquele da suma
gentileza que presenteava sua mãe todo ano com um vestido que ele
mandava antes trocar a numeração pelo eterno 42, para ela se achar
jovem, magra e... se achar. Tem também o presente repetido, sempre velho
pão amanhecido duro a engolir. Tem. Tem muita ilusão desfeita, a partir
de meia-noite, que nem a melhor reza evita a briga. O prudente se
despede logo depois da bênção do galo.
E então é Natal. É música repetida, muitas em inglês, de Bing Crosby a John Lennon. É a permissão de ser criança, de se deslumbrar, de se encontrar, na certeza que de novo só no próximo Natal. É tanta coisa esse Natal! É um sentimento indefinido de trégua em redor a uma só estrela. É momento de disfarce do rico que se faz de pobre, do pobre que se faz de rico.
E então é Natal. É pompa e circunstância, mais circunstância que pompa. É convívio de alegria e dor. É retorno que sempre escapa, é berço de sonho.
E então, porque é Natal, feliz, um feliz Natal.
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