por Henry David Thoreau
“Simplicidade,
simplicidade, simplicidade! Tenha dois ou três afazeres e não cem
ou mil; em vez de um milhão, conte meia dúzia... No meio desse mar
agitado da vida civilizada há tantas nuvens, tempestades, areias
movediças e mil e um itens a considerar, que o ser humano tem que se
orientar - se ele não afundar e definitivamente acabar não fazendo
sua parte - por uma técnica simples de previsão, além de ser um
grande calculista para ter sucesso. Simplifique, simplifique.
(...)
Com
a minha experiência aprendi pelo menos isso: que se uma pessoa
avançar confiantemente na direção de seus sonhos, e se esforçar
por viver a vida que imaginou, há de se encontrar com um sucesso
inesperado nas horas rotineiras. Há de deixar para trás uma porção
de coisas e atravessar uma fronteira invisível; leis novas,
universais e mais abertas começarão por se estabelecer ao redor e
dentro dela; ou as leis velhas hão de ser expandidas e interpretadas
a seu favor num sentido mais liberal, e ela há de viver com a
aquiescência de uma ordem superior de seres. A medida que ela
simplificar a sua vida, as leis do universo hão de lhe parecer menos
complexas, e a solidão não será mais solidão, nem a pobreza será
pobreza, nem a fraqueza, fraqueza. Se construístes castelos no ar,
não terá sido em vão vosso trabalho; eles estão onde deviam
estar. Agora colocai os alicerces por baixo”.
Henry
David Thoreau,
“Walden” ou “A Vida nos Bosques”, São
Paulo: Editora Ground, 2007)



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