NÃO SOU O QUE PENSAVA SER...
Poema de José Hermógenes
Poema de José Hermógenes
Eis
a canção que escutei o Sábio cantar:
“Não
sou o que pensava ser.
O
que julgava Real era apenas sombra.
O
que cria valer, valor não tinha.
O
consciente revelou-se-me não ser.
Vi
a impermanência do que eterno me parecia.
Vi
mentiras escondidas em reposteiros de verdades.
Ao
desiludir-me, vi sorrisos disfarçando prantos.
Em
meu desencanto descobri maldades nos que supusera santos.
Quando
me desenganei, constatei a estultícia de quem supusera ser sábio.
Vi
tibieza nos que pareciam fortes.
Assim
como o Real se veste de aparências, os homens se vestem de ilusões.
O
mal não está em o Real vestir-se de maya, nem ao homem que se veste
de hipocrisia.
O
mal estava no engano, no encanto, nas ilusões que minha própria
ignorância engendrava e nutria.
Desiludido,
desenganado, desencantado, agora estou salvo.
Agora
vejo.
Agora
sei.
Agora
Eu Sou".
“És
pó e ao pó votarás”, ensinaram-me.
E
eu me deprimi.
“És
Deus e esqueceste que és: disseram-me.
E
eu me senti feliz.
Caí
em dúvida:
Então
há em mim treva e luz?
Divino
e humano?
Glória
e miséria?
Essência
e existência?
Cósmico
e telúrico?
Realidade
e aparência?
Plenitude
e vazio?
Eternidade
e impermanência?
Pó
e Deus?
Evidentemente
que sou joio e trigo.
Céu
e inferno.
Grandeza
e mesquinhez.
Verdade
e mentira.
Liberdade
e servidão....
E
agora?!...
“A
existência que tens é um empréstimo. Aproveite-a para realizares a
Essência”, foi o que aprendi.
...e
o pó deixará de ser.
…e
Deus virá a ser.
Hermógenes, In:
Mergulho na Paz, p.193
http://yogahermogenes.blogspot.com.br/2009/04/yogue-e-poeta.html


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